Os dados estadísticos a nível mundial são cada vez mais dramáticos. A idade em que começam a consumir drogas é cada vez mais baixa. A idades de começo para o consumo de inalantes, maconha e pasta base de cocaína está atualmente entre 9 e 10 anos. A idade das crianças que traficam drogas também é menor do que no passado. Vejamos alguns dados estatísticos do Centro de Reabilitação Takiwasi – Tarapoto. 54% começaram a usar pasta básica de cocaína (p.b.c.) entre 14 e 16 anos e 50% começaram a usar álcool na mesma idade. Embora seja verdade que a maioria dos viciados começa jovem, as estatísticas indicam que é apenas na idade adulta que eles solicitam o tratamento (entre 26 a 30 anos na pbc e 31 a 35 anos nos alcoólatras). Os mais jovens são os que têm melhor prognóstico na reabilitação, pois por estarem apenas começando no consumo não entraram totalmente no complexo mundo do viciado, o que leva à deterioração e perda de valores, bons hábitos, respeito às normas e os socialmente estabelecidos, bem como a deterioração e perda de algumas funções e capacidades físicas e psicológicas. Daí a importância de poder detectar rapidamente os casos que estão apenas no início do consumo para agir imediatamente com o tratamento. Depois dos pais, são os professores que passam mais tempo com as crianças e os jovens. Uma escola voluntária pode ser uma grande defesa. A escola pode ter uma influência positiva ou negativa no comportamento dos alunos em relação ao uso de drogas: as “gangues” surgem de escolas lideradas por alunos com sinais evidentes de comportamento social irregular caracterizado por agressividade, delinquência, mentira e abuso de substâncias psicoativas, principalmente álcool, maconha e pasta básica de cocaína.

QUANDO VOCÊ FALA SOBRE DEPENDÊNCIA DE DROGAS OU DEPENDÊNCIA DE FARMACOS?
Deve-se notar que todas as substâncias psicoativas não são viciantes e que todas as substâncias viciantes não são alucinógenas; como açúcar, café, fumo, entre outros. As reações que as drogas provocam no corpo modificam o comportamento psicológico, físico e social do sujeito. Uma dessas modificações é que algumas pessoas mostram um desejo irreprimível de continuar a tomar a substância, de forma periódica ou contínua, para experimentar repetidamente os efeitos que ela produz. A dependência física é um estado de adaptação e tolerância que se manifesta em distúrbios físicos intensos quando a administração do medicamento é suspensa. A dependência é um estado diferente do hábito. Quando suprimimos o uso de uma substância do hábito, o organismo acomoda e tolera essa falta, nenhum distúrbio físico ou psicológico significativo ocorre. Ao contrário da dependência, na qual, na ausência da substância, o corpo experimentará alguns distúrbios físicos e psicológicos notáveis. Na dependência, o consumo da substância é crescente para obter os mesmos efeitos. Os transtornos por ausência da substância apresentam-se por meio de uma série de sintomas e sinais de natureza física e mental, que variam de acordo com a droga. Isso é chamado de síndrome de abstinência, que geralmente é caracterizada por dores de estômago, cólicas, vômitos e diarreia, estados de ansiedade, nervosismo e irritabilidade. As características da dependência de drogas incluem: Um desejo ou necessidade invencível de continuar usando a droga e obtê-la por qualquer meio. Uma tendência para aumentar a dose. Dependência psíquica (psicológica) e às vezes físicas dos efeitos da droga. Perda progressiva dos valores humanos, sociais e éticos.

DROGAS VICIANTE DE USO MAIS FREQÜENTE
Drogas depressivas: Álcool. Medicamentos tranquilizantes e indutores do sono.
Drogas estimulantes: Cocaína, Pasta base de cocaína.
Drogas alucinógenas do tabaco: Ácidos. Inalantes L.S.D: Colas, Combustíveis Solventes eufóricos: Maconha,
QUEM SÃO OS DEPENDENTE DE DROGA?
São as pessoas que consomem compulsivamente uma substância viciante em quantidades crescentes, como: pasta básica de cocaína ou álcool. No início do (consumo, essas pessoas ingerem pequenas quantidades e com o tempo precisam aumentar suas doses. Geralmente, os jovens que começam a usar drogas fumam nos finais de semana em festas. A pessoa fica dependente da substância de tal forma que sua vida vai girar em torno do consumo. Ao mesmo tempo, vai observar mudanças na sua vida familiar e social e mudanças também no aspecto físico e psicológico. A toxicodependência é um problema que está presente em todas as classes sociais e culturais.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DA TOXICODEPENDÊNCIA?
O ser humano é uma entidade biológica, psicológica, social e espiritual, o equilíbrio desses aspectos resulta em saúde integral. As doenças se originam quando um desses aspectos é alterado. Podemos revisar em cada um desses aspectos os possíveis fatores que podem predispor uma pessoa a se tornar um viciado em drogas.
1. Fatores biológicos: Existem várias teorias biológicas que indicam que uma das causas do vício em drogas pode ser que o indivíduo tem uma predisposição genética. Ou seja, a pessoa nasce com uma predisposição para que em algum momento de sua vida se torne um viciado em drogas. Essa predisposição só será conhecida no dia em que a pessoa usar o medicamento pela primeira vez. Esse primeiro consumo se tornaria o início de uma longa cadeia de consumo.
2. Fatores Psicológicos: Todo indivíduo possui uma estrutura de personalidade que assume suas características básicas na infância por meio de um processo de aprendizagem e modelagem baseado na relação que se estabelecerá com os pais principalmente, então esse processo terá continuidade na escola. Existe a hipótese de que seja em função de como o indivíduo se relaciona com os pais e de como cada um cumpre seu papel perante os filhos que uma personalidade dependente será estruturada ou não. A estrutura familiar típica observada é a presença de uma mãe superprotejo-a e de um pai ausente. Indivíduos com uma estrutura de personalidade dependente têm maior probabilidade de gerar um vício.
3. Fatores Sociais: Neste fator observamos que a sociedade, as condições políticas do país, entre outras contingências que o cidadão comum não pode controlar, podem constituir causas de problemas de toxicomania nos jovens. Dentre esses fatores podemos destacar o tráfico de drogas, o micro marketing de drogas, a propaganda indiscriminada de bebidas alcoólicas, o consumismo, a perda dos valores fundamentais da pessoa, entre outros fatores. No entanto, deve-se notar que, embora seja verdade que todos nós estamos expostos a eles, nem todas as pessoas terão problemas com drogas.
4. Fatores espirituais: O espiritual é justamente mais uma perda dentro dos valores do homem ocidentalizado. As sociedades tradicionais, apesar dos tempos modernos em que vivemos, não perderam a conexão com o sagrado e seus ritos religiosos. A observação antropológica provou que nessas sociedades não há problemas de dependência. Quando falamos do espiritual, não nos referimos apenas ao religioso, mas também ao respeito pela natureza e pela dimensão sagrada da vida. O respeito pelo sagrado é fundamental, pois após sua perda não há mais uma referência transcendental que sirva de guia norteador para o ser humano.
A interação desses 4 fatores, cada um em maior ou menor grau dependendo da história pessoal do indivíduo, contribuirá para a dependência química, que é uma patologia multifatorial.

SINAIS QUE PODEM NOS AJUDAR A DETECTAR O USO DE DROGAS ENTRE NOSSOS ALUNOS: Posse de qualquer droga (maconha, l.s.d., etc.) com a desculpa de pertencer a um amigo. Utensílios utilizados no consumo dessas substâncias como: cachimbos, papéis para fazer cigarros caseiros, bitucas em caixa de fósforos, etc. Abandono de seus amigos em troca de novos círculos de amigos. Atrasos nos fins de semana. Olhos vermelhos, pupilas dilatadas e aumento do apetite, no caso da maconha. Ele se afasta da família e é “misterioso” quanto às atividades fora de casa. Introversão e dificuldade de comunicação Alto nível de desconforto somático, problemas de saúde. Sofrimento emocional: depressão, alterações de humor, confusão. Problemas de concentração. Perda de peso repentina. Baixo desempenho escolar. Negligência em sua aparência física. Atitude aberta ao uso de substâncias psicoativas. Você não vê nada de errado em seus amigos usá-los. Ausências injustificadas da escola ou do trabalho. Comportamento curioso e incomum. Agitação. Letargia. Hiperatividade Problemas legais ou policiais. Fraqueza, desmaios, tonturas, perda de consciência, etc. Propensão a acidentes. Distúrbios de sono. Mudança significativa de atitude.
¿ COMO PREVENIR O ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NO AMBIENTE ESCOLAR?
Muitas são as situações que influenciam o uso de drogas entre os jovens: falta de supervisão familiar, pressão de amigos, desestruturação da estrutura familiar, frivolização do uso pelas redes sociais. Às vezes, os jovens dão muitos motivos para o uso de drogas: “passe e sinta-se bem”, “curiosos sobre os efeitos”, e assim por diante. A pesquisa sobre problemas relacionados às drogas esclareceu que as estratégias para prevenir o uso de drogas e os problemas associados devem ser diversas e globais. As atividades de prevenção geralmente se concentram em apenas um dos fatores que contribuem para o uso de drogas. Por exemplo, um programa de educação sobre drogas pode ensinar habilidades para resistir à pressão dos colegas sem prestar atenção a outros aspectos: a imagem atraente do álcool na mídia, o lucro associado à venda de drogas ilícitas, evitar problemas pessoais, a busca excessiva de prazer, etc. Um programa de prevenção estritamente direcionado não produz resultados duradouros. O uso de drogas e os problemas a ele relacionados são questões sociais e pessoais, uma solução global deve ir além do indivíduo para se concentrar na família, na comunidade e na sociedade.

DICAS BÁSICAS PARA PROFESSORES.
1. Obtenha treinamento extensivo sobre o tema da toxicodependência.
2. Estabelecer uma comunicação de amizade com o jovem, sem ser sua “perna”.
3. Evite tendências opostas em seu relacionamento: permissividade-laxismo, ditadura rígida.
4. O professor deve rever seus próprios conceitos e atitudes em relação ao assunto.
5. Detectar a população afetada pelo uso de drogas.
6. Estabelecer em cada Centro Educacional verdadeiros programas que respondam às lacunas existentes.
7. Promova o desenvolvimento da autoestima. Não humilhe o aluno na frente dos colegas.
8. Identifique e motive os líderes estudantis e promova a ajuda de jovens para jovens com eles.
9. Forme grupos de apoio com eles.
10. Incentive o apoio e a colaboração dos pais.
11. Ter em mãos endereços de atendimento profissionalizado (Centros de Reabilitação), para casos que requeiram intervenção especializada.